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O puerpério corresponde ao período de 6 a 8 semanas após o parto, no qual o corpo da mãe retorna ao estado em que se encontrava antes da gravidez. Este período engloba o estágio de pós-parto imediato (do 1º ao 10º dia após a parturição), de pós parto tardio (do 10º ao 25º dia) e de pós-parto remoto (além do 45º dia).
Ao atravessar esse processo, mulheres passam por intensas modificações físicas e psicológicas, além da recuperação de sua genitália após o parto. No estágio de pós-parto imediato, domina a crise genital. No de puerpério tardio, destaca-se o condicionamento da musculatura adnominal e pélvica. Ao longo de todos os estágios, as mães podem vivenciar complicações como depressão pós-parto, prolapso genital, incontinência urinária e fecal, hemorragias, atonia uterina, lacerações vaginais ou do períneo, infecções maternas, tromboses venosas profundas e embolias. Diante deste cenário, é de extrema importância buscar ajuda profissional para atravessar esse período de restabelecimento físico e emocional.
O papel da fisioterapia neste contexto é auxiliar na recuperação, prevenção e tratamento dos diversos sistemas afim de minimizar os efeitos indesejáveis das alterações fisiológicas. Contando com o apoio de um fisioterapeuta, a mãe terá benefícios como reeducação da função respiratória, estímulo do sistema circulatório e prevenção de tromboses, restabelecimento da função gastrointestinal, promoção de analgesia da região do períneo e da incisão da cesariana, retomada do condicionamento cardiovascular, reeducação da musculatura abdominal e orientações sobre posturas corretas ao amamentar e nos cuidados com o bebê.
Visando restaurar e retornar os sistemas ao estado pré-gravídico, seus efeitos vão auxiliar na reabsorção do excesso de líquido retido na gravidez, aumentar o retorno venoso, melhorar a eficiência do coração e dos pulmões, contribuir para a perda de peso, além de diminuir o estresse e a ansiedade, auxiliando no retorno para suas tarefas.
Para prevenir possíveis disfunções posturais, o profissional de fisioterapia auxilia a mãe em como deve segurar o bebê e em como as trocas de posição devem ser feitas de forma correta. Através do acompanhamento, também são ensinadas técnicas de relaxamento para acalmar o recém-nascido, orientações sobre a maneira correta de amamentar e técnicas de como o seio deve ser cuidado neste período, evitando mastites. O fisioterapeuta também está apto a treinar o pai do bebê, já que incluí-lo nas tarefas é essencial para estreitar o vínculo afetivo do casal e auxiliar na diminuição dos fatores estressantes à mãe, que podem culminar na tão temida depressão pós-parto.
A revisão puerperal deve ser marcada em torno do 7º ao 10° dia de puerpério, em uma unidade de saúde mais próxima da residência da mãe. Uma nova avaliação deve ser realizada entre 30° e o 42° dia pós-parto.
Entre os exames de rotina para o período puerperal estão o hemograma, EAS I (exame de urina tipo 1), EPF (exame parasitário de fezes), sorologia para sífilis, HIV e hepatite B e o citológico, que só deverá ser realizado no 3º mês do puerpério. Além destes, deve ser realizada também a vacinação de difteria e tétano, rubéola, hepatite B e febre amarela, para completar os esquemas vacinais (caso não tenham sido feitos no período do pré-natal).
As puérperas devem receber atenção multi e interdisciplinar, de forma humanística, para que tenham condições de enfrentar as etapas do período puerperal com mais segurança e conforto. Esse suporte favorece o retorno das mulheres às condições pré-gravídicas, prezando pela segurança, saúde e bem estar das mães e seus bebês. O acompanhamento qualificado de um fisioterapeuta é um fator essencial para uma boa gestação e um bom pós-parto.
Por: Edicássia Rodrigues Morais Cardoso, professora do curso de Enfermagem da Faculdade Estácio e coordenadora da Liga Acadêmica de Saúde da Mulher / Dhaynna Cristiny Barros Silva, acadêmica do curso de Fisioterapia da Faculdade Estácio e integrante da LASM